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Segundo o presidente do Instituto Vox Populi, colunista Marcos
Coimbra, como resultado da atuação da vanguarda midiática oposicionista,
estamos há três anos imersos na eleição de 2014: “A derrota de Dilma é buscada
de todas as formas”; segundo ele, a influência dessas empresas ultrapassa o
noticiário: “elas contratam as pesquisas eleitorais que desejam e as divulgam
quando e como querem”
247 – Para o
colunista Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi, estamos há três
anos imersos na eleição de 2014 sob o comando de uma imprensa oposicionista que
busca a derrota de Dilma Rousseff de todas as formas.
Segundo ele, a
influência dessas empresas ultrapassa o noticiário: “elas contratam as
pesquisas eleitorais que desejam e as divulgam quando e como querem”. Leia:
Na próxima terça 19,
com o início da propaganda eleitoral na televisão e no rádio, entraremos na
etapa final da mais longa eleição de nossa história. Começou em 2011 e nossa
vida política gira em torno dela desde então.
A batalha da sucessão
de Dilma Rousseff foi iniciada quando cessou o curto período de lua de mel com
as oposições, no primeiro ano de governo. Talvez em razão do vexame
protagonizado por José Serra na campanha, o antipetismo andava em baixa.
Durou pouco. Na
entrada de 2012, o clima político deteriorou-se. As oposições perceberam que,
se não fizessem nada, marchariam para nova derrota na eleição deste ano. Ao
analisar as pesquisas de avaliação do governo e notar que Dilma batia recordes
de popularidade a cada mês, notaram ser elevadas as possibilidades de o PT
chegar aos 16 anos no poder. E particularmente odiosa.
Serem derrotadas outra
vez por Dilma doía mais do que perder para Lula.
Ela era “apenas” uma
gestora petista, sem a aura mitológica do ex-presidente. Sua primeira eleição
podia ser creditada, quase integralmente, à força do mito. Mas a segunda, se
viesse, seria a vitória de uma candidatura “normal”. Quantas outras poderiam se
seguir?
A perspectiva era
inaceitável para os adversários do PT. Na sociedade, no sistema político e no
empresariado, seus expoentes arregaçaram as mangas para evitá-la. A ponta de
lança da reação foi a mídia hegemônica, em especial a Rede Globo.
Recordar é viver.
Muitos se esqueceram, outros nem souberam, mas a realidade é que a “grande
imprensa” formulou com clareza um projeto de intervenção na vida política
nacional.
Não é teoria
conspiratória. Quem disse que os “meios de comunicação estão fazendo de fato a
posição oposicionista deste País, já que a oposição está profundamente fragilizada”,
foi a Associação Nacional de Jornais, por meio de sua presidenta, uma das
principais executivas do Grupo Folha. Enunciada em 2010, a frase nunca foi tão
verdadeira quanto de 2012 para cá.
Como resultado da
atuação da vanguarda midiática oposicionista, estamos há três anos imersos na
eleição de 2014. A derrota de Dilma é buscada de todas as formas. O “mensalão”?
Joaquim Barbosa? A “festa cívica” do “povo nas ruas”? O “vexame” da Copa do
Mundo? A “compra da refinaria”? O “fim do Plano Real”? A “volta da inflação”? O
“apagão” na energia? A “crise na economia”? A “desindustrialização”? O
“desemprego”?
Nada disso nunca teve
verdadeira importância. Tudo foi e continua a ser parte do esforço para
diminuir a chance de reeleição da presidenta.
Ou alguém acha que os
analistas e comentaristas dessa mídia acreditam, de fato, na cantilena que
apregoam quando se vestem de verde-amarelo e se dizem preocupados com a moral
pública, os empregos dos trabalhadores ou a renda dos pobres? Ou que queiram
fazer “bom jornalismo”?
Temos agora uma
ferramenta para elucidar o papel da mídia na eleição. Por iniciativa do
Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, está no ar o manchetômetro (http://www.manchetometro.com.br), um site
que acompanha a cobertura diária da eleição na “grande imprensa”: os jornais
Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo, além do Jornal Nacional da
Globo (como se percebe, os organizadores do projeto julgaram desnecessário
analisar o “jornalismo” do Grupo Abril).
Lá, vê-se que os três
principais candidatos a presidente foram objeto, nesses veículos, de 275
reportagens de capa desde o início de 2014. Aécio Neves, de 38, com 19
favoráveis e 19 desfavoráveis. Tamanha neutralidade equidistante cessa com Dilma:
ela foi tratada em 210 textos de capa. Do total, 15 são favoráveis e 195
desfavoráveis. Em outras palavras: 93% de abordagens negativas.
É assim que a
população brasileira tem sido servida de informações desde quando começou o ano
eleitoral. É isso que faz a mídia para exercer o papel autoassumido de ser a
“oposição de fato”.
O pior é que a
influência dessas empresas ultrapassa o noticiário. Elas contratam as pesquisas
eleitorais que desejam e as divulgam quando e como querem. E organizam os
debates entre candidatos.
Está mais que na hora
de discutir a interferência dessa mídia no processo eleitoral e, por extensão,
na democracia brasileira.
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