Por Emerson
Santiago
Concentração
de renda é uma expressão que descreve um processo de acumulação de renda por parte de
uma coletividade, país ou mesmo conjunto de países, em detrimento do restante
do grupo. É geralmente utilizada para descrever as desigualdades encontradas no
Brasil ou mesmo no mundo inteiro, com referência à disparidade entre países
ricos e pobres.
A
concentração de renda pode ser mensurada de diversas formas. Geralmente, ela é
deduzida somando-se a riqueza captada pelos países mais ricos. O número é então
comparado com a soma da riqueza acumulada pelos países mais pobres. Assim, os
números obtidos pelos 10% mais ricos e 10% mais pobres são confrontados, e
quanto maior o contraste entre os resultados, diremos que maior será a
concentração de renda por parte dos mais ricos. Esta é uma forma bem simples de
estabelecer este conceito. Na verdade, existem métodos bastante conhecidos para
aferir a concentração de renda: os dois mais conhecidos são o Coeficiente
de Gini e o Índice de Theil.
De
acordo com as Nações
Unidas, quase 90% da riqueza mundial pertence a moradores da América do Norte, Europa e de países de renda elevada na
região Ásia-Pacífico, como o Japão e a Austrália. Os 50% mais pobres da
população respondem por apenas 1% da riqueza do planeta. Esta riqueza é
concentrada de tal maneira, que dividíssemos a renda mundial de maneira
equitativa, cada pessoa teria de ativos da ordem de US$ 20,5 mil.
No
ano de 1997, os 10% mais ricos se apropriavam de, aproximadamente, 50% da renda
total, enquanto que os 50% mais pobres se apropriavam de pouco mais de 10% da
renda total. A parcela de renda recebida pelos 1% mais ricos era maior (13,8%)
que a parcela de renda recebida pelos 50% mais pobres (11,8%). A renda média do
1% mais rico era quase 59 vezes maior que a renda média dos 50% mais pobres.
Mesmo os países de renda média e com nível de crescimento elevado ainda precisam avançar
muito antes de atingir patamar de prosperidade semelhante ao das nações mais
ricas.
Quase
um terço do patrimônio dos 10% mais ricos está nos EUA. Já o Brasil, com 2,8%
da população mundial, possui 1,3% da riqueza. Os 10% mais ricos do Brasil têm
1,5% do patrimônio correspondente dos 10% mais ricos do mundo. Quando a
comparação é feita em relação aos 10% mais pobres, os brasileiros dessa faixa
possuem 1,9% do patrimônio. Tais números demonstram que ainda há uma elevada concentração
de renda no Brasil relativamente aos demais países, mesmo com o esforços
governamentais praticados nas últimas décadas.
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