O problema das
enchentes
As enchentes são
fenômenos naturais, mas podem ser intensificadas pelas práticas humanas no
espaço das cidades.
As enchentes atingem inúmeras cidades
do mundo
O problema das enchentes passou a ser
algo comum na vida das populações de algumas cidades. Infelizmente, todo o ano
é a mesma coisa: entre os meses de dezembro e fevereiro, os noticiários são
tomados por problemas relacionados com a elevação dos cursos d´água e a
inundação de casas e ruas, desencadeando uma série de tragédias que, quase
sempre, poderia ser evitada.
Mas por que as enchentes ocorrem? É
possível combatê-las?
Para fins didáticos, dividimos a
ocorrência das enchentes em dois tipos de causas principais: as naturais e as
antrópicas, pois trata-se de um fenômeno comum na natureza, mas que é
intensificado pela ação humana.
Causas naturais das enchentes

Esquema de um rio, com o seu leito maior e menor representados. Na representação acima, temos um corte transversal do curso de um rio em que estão representados os seus leitos maior e menor. Eventualmente, dependendo do curso d'água e das condições meteorológicas e locais, o leito maior é inundado, provocando as cheias em sua área. O período em que isso ocorre varia de rio para rio e, quando não é muito comum, o leito do rio pode até ser ocupado por algumas casas, vilas e até cidades, que são surpreendidas pelas cheias naturais eventuais. Em alguns casos, cidades inteiras ficam embaixo d´água.
Exemplo de cidade invadida pelo leito maior de um rio
Causas antrópicas das enchentes
A interferência humana sobre os
cursos d'água, provocando enchentes e inundações, ocorre das mais diversas
formas. Em casos extremos, porém menos comuns, tais situações podem estar
relacionadas com rompimentos de diques e barragens, o que pode causar sérios
danos à sociedade. Mas, quase sempre, essa questão está ligada ao mau uso do
espaço urbano.
Um problema que parece não ter uma
solução rápida é o elevado índice de poluição, causado tanto pela ausência
de consciência por parte da população quanto por sistemas ineficientes de
coleta de lixo ou de distribuição de lixeiras pela cidade. Além do mais, há
problemas causados pela poluição gerada por empresas e outros órgãos. Com isso,
ocorre o entupimento dos bueiros que seriam responsáveis por conter parte da
água que eleva o nível dos rios. Além disso, o lixo gerado é levado pelas
enxurradas e contribui ainda mais para elevar o volume das águas.
A ocorrência de enchentes nas cidades
também pode estar relacionada com problemas nos sistemas de drenagem. Às
vezes, não há bueiros ou outras construções que seriam responsáveis pela
contenção ou desvio da água que corre para os rios, provocando a cheia deles.
Além disso, somente a construção de bueiros e sistemas de drenagem pode não ser
suficiente, isso porque as demais ações antrópicas podem elevar gradualmente a
vazão das enxurradas ao longo dos anos, fazendo com que as drenagens existentes
não consigam atender toda a demanda.
Outra questão é a ocupação
irregular ou desordenada do espaço geográfico. Como explicamos, algumas áreas
correspondem ao leito maior de um rio que, esporadicamente, inunda. Com a
ocupação irregular dessas áreas – muitas vezes causada pela ausência de
planejamento adequado –, as pessoas estão sujeitas à ocorrência de inundações.
Além disso, a remoção da vegetação que compõe o entorno do rio pode
intensificar o processo, pois ela teria a função de reter parte dos sedimentos
que vão para o leito e aumentam o nível das águas.
Apesar de todos os problemas acima
mencionados, a causa considerada principal para as enchentes é, sem dúvida,
a impermeabilização do solo. Com a pavimentação das ruas e a cimentação de
quintais e calçadas, a maior parte da água, que deveria infiltrar no solo,
escorre na superfície, provocando o aumento das enxurradas e a elevação dos
rios. Além disso, a impermeabilização contribui para a elevação da velocidade
desse escoamento, provocando erosões e causando outros tipos de desastres
ambientais urbanos.
Como combater as enchentes?
Existem inúmeras medidas de combate
às enchentes. A cidade de Belo Horizonte, por exemplo, contratou em outubro de
2013 alguns “olheiros”, que são funcionários encarregados de detectar o início
de inundações em áreas de risco. Eles teriam a função de minimizar os efeitos
da “inundação relâmpago”, aquela que ocorre em um curtíssimo período de tempo.
Outras ações envolvem a construção de barragens e o desassoreamento do leito
dos rios, em que todos os sedimentos existentes no fundo dos cursos d'água são
removidos, aumentando a sua profundidade.
Mas todas essas medidas são
paliativas, ou seja, são apenas para minimizar ou combater uma situação já
existente. A melhor forma de lidar com esse problema, na verdade, é realizar
uma devida prevenção, através da construção de sistemas eficientes de drenagem,
a desocupação de áreas de risco, criação de reservas florestais nas margens dos
rios, diminuição dos índices de poluição e geração de lixo, além de um
planejamento urbano mais consistente.
Ocorrência de enchente no estado de Santa Catarina, em 2008. *
O problema das enchentes é crônico em
muitas cidades brasileiras, com destaque para o Rio de Janeiro. A capital
carioca costuma sempre aparecer nos noticiários com ocorrências desse tipo em
períodos de chuva, além de outras cidades que também padecem da mesma situação.
As inundações, além de danos materiais, podem provocar doenças, como a
leptospirose. Portanto, trata-se também de uma questão de saúde pública.
fonte - INFO - ESCOLA
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