Miguel Nicolelis
Miguel
Angelo Laporta Nicolelis (São Paulo, 7 de março de 1961) é um médico e
cientistabrasileiro.
É filho da escritora Giselda Laporta Nicolelis. Foi considerado
um dos 20 maiores cientistas do mundo no começo da década passada, segundo a
revista "Scientific American".1 Foi
considerado pela Revista Época um
dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.2 Nicolelis
é o primeiro cientista a receber da instituição americana no mesmo ano o
Pioneer e o Transformative R01 e o primeiro brasileiro a ter um artigo
publicado na capa da revista Science.
Lidera
um grupo de pesquisadores da área deNeurociência da Universidade
Duke3 (Durham,Estados Unidos),
no campo de fisiologia de órgãos e sistemas, na tentativa de integrar o cérebro
humano com máquinas (neuropróteses ou interfaces cérebro-máquina). O objetivo
das pesquisas é desenvolver próteses neurais para a reabilitação de pacientes
que sofrem de paralisia corporal. Nicolelis e sua equipe foram responsáveis
pela descoberta de um sistema que possibilita a criação de braços robóticos
controlados por meio de sinais cerebrais. O trabalho está na lista do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT) sobre as tecnologias que vão mudar o mundo.
Nicolelis
formou-se em Medicina na Universidade de São Paulo (USP). Na
mesma instituição, cursou o doutorado em Fisiologia Geral,
onde sofreu grande influência de César Timo-Iaria. O pós-doutorado foi realizado
no Hospital
Universitário Hahnemann (associado ao Drexel University
College of Medicine) (na Filadélfia).
Professor titular de Neurobiologia e Engenharia Biomédica e co-diretor do
Centro de Neuroengenharia da Duke University.
Nicolelis também concebeu e lidera o projeto do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, na capital do Rio Grande do Norte. Em Natal, uma das linhas de pesquisa de Nicolelis visa caracterizar a resposta tecidual ao implante dos mesmos eletrodos utilizados nas pesquisas que são desenvolvidas em seu laboratório na Universidade Duke.4 Os primeiros resultados desta linha de pesquisa receberam destaque internacional ao serem divulgados na prestigiosa revista PLoS ONE, trabalho este totalmente desenvolvido no Brasil.5
No
dia 26 de julho de 2011 o Jornal Folha de São Paulo publicou uma matéria
relatando a cisão entre Miguel Nicolelis e Sidarta Ribeiro.6 Uma
versão recorrente no meio acadêmico dá conta de que a saída desses professores
se deu por um egocentrismo crescente por parte dos últimos, especialmente
devido a críticas de Nicolelis relacionadas ao baixo impacto das pesquisas
desenvolvidas por eles 7 .
Informações obtidas com frequentadores do Instituto citam como fator
desencadeador da saída de Sidarta Ribeiro, indicado por Nicolelis para ser o
primeiro diretor do IINN, em 2005, um pedido para que Ribeiro deixasse de
utilizar a garagem do Instituto, bem como a sala que ocupava, que deu origem a
um novo laboratório do IINN-ELS [2].
Miguel Nicolelis faz últimos testes
com exoesqueleto para Copa do Mundo
O neurocientista
brasileiro Miguel Nicolelis está à frente do projeto do 'robô' que
possibilitará que um brasileiro com paralisia possa andar e dar o tão esperado
chute na abertura da Copa do Mundo.
Faltam 23 dias para um acontecimento
que pode ser um grande marco da ciência, especialmente da ciência do Brasil.

As salas onde se faz ciência de
ponta ficam na capital paulista, mas o ambiente é internacional.

Miguel Nicolelis: Bom, se tudo der certo, de acordo com o nosso plano, um brasileiro, um jovem adulto brasileiro, vai, durante a cerimônia de abertura da Copa do Mundo, esse brasileiro tem uma paralisia das pernas, né, ele vai estar vestindo um exoesqueleto que nós desenvolvemos a partir desse consórcio e vai poder andar novamente e ser responsável por um chute emblemático durante essa cerimônia de abertura da Copa.
Um chute dado por uma pessoa com
paralisia, visto pelo mundo todo. Será a realização de um sonho de um homem: o
neurocientista brasileiro, e palmeirense fanático, Miguel Nicolelis.
Há dois anos, o Fantástico
acompanha, de muito perto, esse trabalho. Em 2012, mostramos o pontapé inicial
desse projeto ambicioso, no laboratório de Nicolelis, na universidade Duke, nosEstados Unidos.
O primeiro modelo de uma perna
robótica. “Aqui em cima seria a articulação de um fêmur na bacia e aqui seria
um joelho”, explicou Nicolelis, na época.
No ano passado, também em Duke,
acompanhamos o avanço das pesquisas. Um protótipo com duas pernas e pés já
sendo usado por um macaco. “Que está aprendendo a vestir o exoesqueleto”, disse
o neurocientista.

Para entender a pesquisa do
professor Nicolelis, precisamos antes aprender duas novas expressões. A
primeira é 'exoesqueleto'. Ou seja, um esqueleto que fica por fora do corpo.
Ele também é chamado, simplesmente, de robô.
A outra expressão é: 'interface
cérebro-máquina', quer dizer uma máquina que é comandada pelo cérebro de uma
pessoa.
Funciona assim: com seus
pensamentos, o paciente controla quando o robô deve começar a andar. O robô dá
os passos. O paciente decide quando chutar, e a máquina chuta. E a pessoa, que
com os pensamentos, manda parar o movimento.
Oito jovens adultos brasileiros, que
perderam os movimentos e a sensibilidade nas pernas, foram selecionados para a
fase final da pesquisa. Mas só um deles vai dar o tão esperado chute, na
abertura da Copa, dia 12 de junho. “A pessoa tem também que querer, estar à
vontade, se sentir bem, ter prazer, estar feliz em fazer isso. Todos estão
preparados”, afirma Nicolelis.
Para ser o escolhido, é preciso
treinar. E muito. “Essa é uma máquina suíça de reabilitação, que nós trouxemos
para o Brasil. Os nossos pesquisadores adaptaram essa máquina para poder ser um
simulador do que o exoesqueleto é capaz de fazer”, explica o professor.
Para os pacientes, só entrar na
máquina já foi uma emoção imensa. “Teve um paciente que falou para mim que
fazia anos que ele não tinha a sensação de ficar na vertical. O que é uma coisa
para nós, que a gente assume, que é trivial, né? Mas para pacientes com lesão
completa da medula espinhal é uma grande conquista, né”, conta.
Nicolelis: Essa aqui é a sala principal. Nesse momento, onde nós estamos terminando a montagem.
Fantástico: Todos os oito pacientes já vestiram o exoesqueleto?
Nicolelis: Já vestiram e já fizeram testes ergonômicos. O exo já foi no chão, já andou. E agora os pacientes vão começar a se ajustar, a se adaptar ao exo andando autonomamente.
Nicolelis: Essa aqui é a sala principal. Nesse momento, onde nós estamos terminando a montagem.
Fantástico: Todos os oito pacientes já vestiram o exoesqueleto?
Nicolelis: Já vestiram e já fizeram testes ergonômicos. O exo já foi no chão, já andou. E agora os pacientes vão começar a se ajustar, a se adaptar ao exo andando autonomamente.
Um dos robôs já está pronto. O
segundo está sendo montado. Eles vieram da França. “Em 15 meses nós saímos do
zero, do ponto de vista de engenharia, né, para construir dois desses caras e
colocar eles para andar”, afirma.
Feito de ligas superleves, o robô
tem 70 quilos. Uma touca na cabeça do paciente capta os sinais do cérebro, como
em um eletroencefalograma, e envia para o robô.

Mas fazer o movimento não basta. É
preciso que a pessoa sinta onde o robô está pisando. Para isso, os cientistas
usam uma 'pele artificial', desenvolvida na Alemanha, cheia de sensores. “Essa
pele artificial está embaixo do pé. Quando pisa em algum lugar, gera um sinal”,
explica o neurocientista.
Quando o robô se mexe, essa pele artificial 'sente' os pés tocando o solo e manda um sinal para as mangas, usadas pelo paciente.
Quando o robô se mexe, essa pele artificial 'sente' os pés tocando o solo e manda um sinal para as mangas, usadas pelo paciente.
Miguel Nicolelis: O pessoal vai te ajudar a vestir
essa manga de camisa, as duas. Que tem os elementos, que vibram com o sinal que
vem da pele artificial. Que estaria no pé. O pisar no chão vai gerar um sinal
elétrico, que vai fazer esses elementos vibrarem e você vai sentir na pele do
braço.
O sinal chega aos braços, mas
rapidamente a pessoa se acostuma, e o cérebro entende essas vibrações como se
estivessem sendo sentidas pelos pés. “Os pés estão mexendo, eu estou sentindo
uma vibração nos braços, mas é uma vibração que remete ao movimento dos pés, ao
toque dos pés no chão”, experimenta o repórter.
Nos treinos, os pacientes usam
óculos de realidade virtual. “Nesse momento, para a maioria de nós, a gente
começa a ter a sensação que a gente está andando”, diz Nicolelis.
“É, mas é mesmo”, afirma o repórter.
Quem usar o exoesqueleto vai ter a
mesma experiência. A pessoa paralisada há anos, e também sem sentir nada da
cintura para baixo, recupera a sensação de caminhar.
Fantástico: Mesmo sendo um projeto tão
internacional, o senhor vê esse projeto como uma conquista da ciência
brasileira?
Miguel Nicolelis: Sem dúvida, ele foi pago pela ciência brasileira, ele foi imaginado por cabeças brasileiras, ele teve componentes fundamentais desenvolvidos no Brasil. Eu tenho muito orgulho de dizer que isso é algo que tem uma marca da ciência brasileira.
Fantástico: Teve algum momento em que o senhor achou que não ia dar?
Miguel Nicolelis: Nunca.
Miguel Nicolelis: Sem dúvida, ele foi pago pela ciência brasileira, ele foi imaginado por cabeças brasileiras, ele teve componentes fundamentais desenvolvidos no Brasil. Eu tenho muito orgulho de dizer que isso é algo que tem uma marca da ciência brasileira.
Fantástico: Teve algum momento em que o senhor achou que não ia dar?
Miguel Nicolelis: Nunca.
Nicolelis diz que a demonstração da
Copa não é o fim dos trabalhos. É o começo.
Fantástico: O senhor imagina isso aqui um dia em
uma linha de produção substituindo cadeira de rodas?
Miguel Nicolelis: Não tenho a menor dúvida. E eu espero que isso aconteça no Brasil. O limite da engenharia robótica, da mecatrônica, está aqui.
Fantástico: O estado da arte está aí?
Miguel Nicolelis: O estado da arte está aqui. E tem uma bandeirinha do Brasil, e chama Brasil Santos Dumont 1
Miguel Nicolelis: Não tenho a menor dúvida. E eu espero que isso aconteça no Brasil. O limite da engenharia robótica, da mecatrônica, está aqui.
Fantástico: O estado da arte está aí?
Miguel Nicolelis: O estado da arte está aqui. E tem uma bandeirinha do Brasil, e chama Brasil Santos Dumont 1
FONTE G1 E WIKIPÉDIA.
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